Proseando com a Padma
As coisas impermanentes são insatisfatórias
Esta tão difundida verdade budista nos remete a uma sensação de insegurança, frente à inevitável constatação de que vivemos condicionados ao ciclo de renovação/transformação, inerente a existência humana, tal como a conhecemos. Indago-me, portanto, como encontrar a felicidade plena sem se deixar afetar pelos braços "renovadores" de Shiva? Desobstruir os canais receptores de energias vindouras, com entendimento da maravilhosa oportunidade de exercer a arte do desapego, confiando que as experiências do porvir são necessárias ao crescimento e superação da roda de sansara; este é o exercício ao qual ora me proponho. Entre o processo de destruição e reconstrução, acredito haver uma lacuna de sofrimento que cada um adepto tem de percorrer; lançando mão de técnicas de autoconhecimento, em um recorte de tempo que apenas o ser em questão pode determinar. Este ínterim de batalha intrapessoal é por vezes submetido a olhos críticos de algum observador, o qual baseado em seu prisma, precipita-se ao tentar definir o conceito de passado à realidade de outrem. Seria, no entanto, nítido notar naquele que busca a iluminação, que se sua dor apresenta-se ainda vigente, a mesma é oriunda de resquícios de ilusão - maya, refletindo que ainda há apego a uma realidade não mais presente e que o caminho para um futuro livre de sofrimento consiste na constante busca desta superação.
"A dor dura o tempo necessário para que haja o aprendizado"! (Ametista)
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